terça-feira, 24 de abril de 2012

O índice do batom

        
Ser mulher implica em dar tratamento diferenciado às crises.
Se uma mulher está insatisfeita com alguma coisa, qualquer coisa que seja, ela sinaliza.
Nada de ficar remoendo. A mulher fala. Mulher não resolve 100% do que incomoda falando, isso é verdade. Mas fala, porque se sente aliviada, porque escuta a opinião de outras mulheres, porque acredita que se falar (e desejar, e se esforçar) as coisas vão mudar. E por que não consegue ficar sem falar mesmo.
As vezes tenta e quaaaaase consegue... Mas escorrega mudando o cabelo, a cor das unhas, o cor do batom...
E aí, entrega! E alguém próximo, vai notar e comentar: Você está diferente !? É o cabelo ? Emagreceu ? Engordou (urgh!).
E quando pinta uma crise daquelas que nos obrigam a apertar o cinto e não podemos comprar aquela bolsa bonita, o que dá para fazer? Dá para comprar um batom baratinho e ficar se sentindo o máximo. Não é o ideal, mas é o que tem para hoje.
Observando esse comportamento feminino validado por evidências estatísticas comprovou-se que, em tempos de incerteza financeira, as vendas de cosméticos crescem, cunhando assim o "índice do batom".
Esse indicador tem sido testado ao longo dos anos e continua a mostrar-se bastante confiável dando conta de que o tempo passa, as mulheres mudam, mas continuam matando seus leões diários auxiliadas por uma poderosa arma: a auto-estima.
Beijos e muitos batons novos a todas nós!
Via Letras

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Novo Projeto


Se a gente não tem sonhos a gente não tem vida. Os sonhos preenchem nossos dias e nos pressionam, positivamente, a seguir em frente.
Sem eles, os dias passam sem cor, em câmera lenta, sem graça.
Paralelamente ao sonho que tem conotação mais pessoal, há o “projeto” que assume um aspecto mais profissional. Tanto um quanto outro são válidos em todos as facetas de nossa vida uma vez que  o “sonho” é aplicável, algumas vezes, para definir o desejo de se conquistar uma certa posição na carreira e há, por outro lado, “projeto” de reformar o banheiro de casa.
Mas, no mundo corporativo, é aconselhável usar a palavra projeto ao referirmo-nos a algo que ainda não está realizado e desejamos ou necessitamos concretizar.
Em geral os “projetos” nos são impostos. Não é assssiiiim, de-cla-ra-do. Os tais projetos são apresentados com flores e bombons de tal forma  a conquistar o nosso comprometimento com o que se está propondo/impondo (como se recusar fosse sempre uma opção! Urgh.).
Legal mesmo é quando, de fato, nos entregamos a um projeto.
E é este o meu momento: estou entregue (de corpo, alma e recursos) a um novo projeto.
Penso nele a todo instante, me concentro, foco, imagino, falo a respeito. Vai e tem que dar certo!
Estudo estratégia, faço pesquisa, analiso experiências. Nas últimas semanas realizei inúmeros testes para estar verdadeiramente pronta no momento certo: aquele em que o meu projeto vingar.
Conto com a torcida de todos.
Ah, já ia esquecendo... qual é o meu novo projeto?
Ganhar na loteria.
Beijos.
Via Letras

quarta-feira, 14 de março de 2012

De volta

Estou de volta aqui, depois de quase 08 meses em silêncio. Enfim, o caminhão se foi. E levou consigo a angústia e o pesar que a incerteza impõe.
O tempo, remédio para todos os males, levou inverno, trouxe primavera, verão e acalmou, com mais ou menos custo, todos os corações.
A mudança, inevitável, aconteceu.
Para alguns, mais rapidamente, mais afortunadamente. Para outros, mais lentamente, mais dolorosamente.
De certa forma todo mundo mudou para melhor. Houve perdas, como em todo processo de transformação, mas sou positiva em afirmar que os ganhos se mostraram superiores.
Havia quem já quisesse mudar, mas a maioria de nós ainda estaria lá, é bem verdade, paralisados pelo comodismo.
Vez por outra circulo pelo bairro e não raramente, reencontro o tal caminhão.
Acho que o fato de ele ir e voltar, independente de nossas vontades, deixa claro uma mensagem de alerta: a calmaria de hoje não é para sempre. Espero, para o meu próprio bem, ter aprendido a lição.
Um grande abraço.
Via Letras

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O caminhão

Eis que certa segunda-feira há algumas semanas atrás, apareceu certo caminhão estacionado na rua da empresa em que trabalho.
Todo mundo percebeu, pois o acesso ficou um pouco mais complicado e a saída, comprometida, sem visibilidade.
A cada dia que chegávamos lá e nos deparávamos com o tal caminhão, ficávamos imaginando a quem pertenceria aquele veículo, se estaria quebrado e principalmente quando é que ele sairia de lá.
A presença dele tornou-se um estorvo, e continua sendo, apesar de eventualmente, o caminhão sair por um dia ou dois e retornar.
Hoje, pensando no caminhão acho que o surgimento dele foi um prenúncio.
Isso mesmo, o fato dele aparecer de um dia para o outro e causar transtorno traz uma mensagem que convenientemente nos esquecemos: tudo muda.
Nada de acreditar que calmaria ou tempestade vão durar para sempre.
Aproveite o hoje se estiver tudo bem. Respire fundo e busque forças se não estiver.
A única garantia é que, não importa como você se sinta, tudo passa, tudo muda...
Um abração.
Via Letras

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A real beleza (???)

Em 2007 a Dove lançou uma campanha publicitária que eu entendi como um incentivo às mulheres para que nos aceitássemos como somos: com medidas imperfeitas e diferentes.
Foi impossível não fazer uma correlação entre a campanha e diversas mulheres afro-americanas que encontrei no metrô de NY.
Você sabe como é, sentada lá, sozinha, olhando todo mundo (discretamente, eu tentei)...
Pois bem, esse papo de real beleza não “colou” lá.
O que “colou” de verdade foi tudo.
Elas usam perucas, cílios e unhas postiças, maquiagem, cintas modeladoras e sei lá o que mais para revelar outra que não a “real beleza”.
O esforço é genuíno e o resultado é legal.
E eu ficava imaginando, curiosa e temerosa como elas seriam na real...Ui, que medo!
Um abraço.
Via Letras

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Cada um tem o que merece... em NY.

Como eu relatava na postagem anterior, sai do Central Park e segui pela 5ª. Avenida. Caminhei várias quadras e retornei por outras ruas. Andei, andei e cheguei na Lexington . Na avenida cheia de lojas e de gente, circulei olhando vitrines e, uma vez ou outra, entrando na loja para dar uma olhada mais de perto em alguma “coisinha” mais interessante. De longe avistei a Bloomingdales, famosa loja de departamentos e eu  p r e c i s a v a  dar um pulo lá (foto acima).
Como eu sabia de antemão que se tratava de uma loja cara e as chances de eu encontrar alguma coisa dentro do meu “estilo” (leia-se: orçamento) lá eram muito pequenas, antecipei minha visita à loja da H&M que fica na esquina seguinte.
Se por um lado, o “estilo” da H&M estava mais para mim, por outro, o colorido da estação (lá é primavera em maio) da moda não me apeteceu.
E já que estou em NY, vamos para a Bloomingdales.

Um aparte:
NY é a maior cidade dos EUA e a cidade preferida pelos seriados de TV e filmes, de forma que, não é raro encontrar equipes de filmagem ao visitá-la.
Como meu interesse pela cidade foi despertado principalmente pelo cinema e televisão eu alimentava, bem no fundo do meu coração, um esperançazinha de encontrar, mesmo que de bem longe, quem sabe, Brad Pitt, ou talvez Clive Owen, ou, até servia, o Christofer Meloni ( ele trabalha lá, minhas chances eram maiores)...Por garantia, eu não tirei os óculos – minha miopia voltou a cerca de um ano – um só instante durante minha visita à NY.
Já dizia o Paulo Coelho que se você quiser muito alguma coisa e desejar do fundo de sua alma, o universo conspirará para que seu desejo se realize.

Continuando....
Eis que estou subindo as escadas para acessar a loja da Bloomingdales e olho em direção a duas pessoas que vem caminhando pela calçada.
Incrédula, olho de novo, só para ter certeza. E não é que eu encontrei uma celebridade em NY: Forest Whitaker.
Pois é Paulo, acho que desta vez funcionou mais ou menos...
Um abração.
Via Letras

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Central Park

Toda vez que alguém perguntava o que, em especial, eu gostaria de visitar em NY a resposta era sempre a mesma: o Central Park.
Assim sendo, já estava decidido que no domingo eu iria até lá. Descobri no folheto de informações gerais do hotel qual era a estação de metrô mais próxima, e, de posse do meu inseparável mapa segui para o destino.
Fácil, fácil...
Desembarquei na 59 St/Columbus Circle e me deparei com uma bela praça que dava acesso ao parque.
Adentrando ao parque encontrei bicicletas para alugar, charretes e ofertas de passeio guiado.
Preferi caminhar sozinha e experimentar a sensação de estar em um lugar tão famoso e tão mágico. Engraçado, tudo era novidade, mas uma sensação de “já vi isso” ia e voltava. Certamente decorria da lembrança de cenas de filmes e seriados de TV.
O parque é lindo, super bem conservado, muito grande mesmo. Há pequenos jardins, incontáveis frondosas árvores, inúmeras estátuas, muitos turistas, moradores correndo pelas alamedas, crianças brincando nos playgrounds. Ouve-se o canto de pássaros o tempo todo. E esquilos, uma graça (vide foto acima).
E tudo isso, bem no meio de um mar de prédios. Isso mesmo, um oásis verde em meio ao concreto.
O dia estava nublado, e de longe vinha uma música. Caminhei na direção dela e cheguei a um ponto de encontro de um grupo que acabara de fazer uma caminhada pela prevenção da AIDS.
Passei pelo grupo caminhei lentamente por mais algum tempo e sai do parque para caminhar pela 5ª Avenida, um luxo só.
Adorei.
Um grande abraço.
Via Letras.